domingo, 12 de maio de 2013

Santa Cruz FC: um exemplo de superação.


Após fazer um tour pelos resultados deste final de semana dos campeonatos regionais, resolvi escrever este texto para confrontar dois fatos impressionantes, que demonstram que futebol não é meramente questão de quem tem mais dinheiro e patrocínio.

Muita gente que atua e/ou acompanha o futebol profissional insiste em endossar a relação investimento financeiro e futebol como a única possível de construir vitórias e glórias. Pois bem, após a rodada deste fim de semana, duas equipes demonstram que a coisa não é bem por aê. Estou a falar do Esporte Clube Bahia e do Santa Cruz Futebol Clube de Pernambuco.

Analisando o perfil e o histórico dos dois clubes supracitados, percebe-se, logo de cara, algo que os relaciona: a torcida. Tanto Santa Cruz quanto Bahia possuem torcidas cabazes de encher o um estádio muito mais rápido do que o Flamengo, por exemplo. São torcidas que impressionam pela forma com que se relaciona com seus clubes.

Entretanto, apesar da semelhança de perfis, vê-se nitidamente resultados diferentes em campo. O Santa Cruz acaba de desbancar o Sport e conquistar o Tricampeonato estadual. Já o Bahia... tomou mais um chocolate do arquirrival e, praticamente, deu adeus ao título baiano. Se analisarmos o contexto dos dois clubes no cenário nacional, veremos que a coisa é ainda mais impressionante.

O Santa Cruz atualmente disputa a Série C do Campeonato Brasileiro, mas já esteve pior: Série D, a última divisão do Campeonato Nacional. Mesmo com seus dois principais adversários disputando as séries A e B do Campeonato Brasileiro, o Santa, ano após ano, vem erguendo a Taça de Campeão Pernambucano. Esse ano encarou o Náutico (Séria A do Brasileiro) na semi-final e conseguiu passar. Na grande final enfrentou o Sport e, mais uma vez, conseguiu superar todas as adversidades e consagrar-se Campeão Pernambucano de 2013. Impressionante!

Já o Esporte Clube Bahia, clube da série A do Campeonato Brasileiro, com um orçamento de milhões advindos de direitos de transmissão e também da presença da sua torcida no estádio, mal consegue se equilibrar sobre as próprias pernas. Este ano ainda não conseguiu sequer empatar com o arquirrival. Todos sabemos que os times da Série A tem melhores condições de montar os seus times, principalmente para a disputa dos campeonatos regionais. Mas nem sempre tal prerrogativa se apresentará determinante para o sucesso, e essa é a lição que deve ficar para o Esporte Clube Ypiranga.

Hoje, o nosso Canário ainda enfrenta grandes dificuldades de cunho financeiro para competir na segunda divisão do Campeonato Baiano, mas, como ficou evidente no texto acima, isso não pode e não deve ser fator determinante para o nosso insucesso na caminhada rumo à Série A do Baianão e na disputa da Série A do Baianão. Temos que ter o exemplo do Santa sob nossos olhares. As dificuldades nos impele a superá-las e não o contrário.

Em campo, são 11 contra 11; são 11 jogadores treinados para jogar contra 11 jogadores treinados para jogar. Os milhões, os patrocínios não entram em campo; em campo entram homens – que as feministas não leiam este texto. As questões financeiras ficam nos escritórios e nos espaços administrativos do Clube. Os jogadores do Ypiranga tem de entrar em campo com brios nos olhos, com espírito altivo, com inclinação a dominar e jamais deixar se ser dominado - Non dvcor dvco -, com aquela insistência inerente à criança teimosa, que, mesmo que todos afirmem que ela ainda não tem idade para conseguir realizar aquele feito, ela insiste em tentar, cada vez mais dedicada. Saímos de um jogo adverso e com um resultado que não era o esperado. Temos um adversário duro na próxima rodada, portanto, mais que nunca é necessário encarnarmos a raça, a teimosia, a força de vontade e de superação dos jogadores do passado aurinegro que, mesmo distante da realidade de outros clubes dá época, nunca deixaram de acreditar que estavam construindo um clube vitorioso, nunca deixaram de acreditar que podiam superar outros clubes formados pela elites estaduais.

O Ypiranga já empatou os jogos que tinha ou podia empatar. Doravante, temos de ganhar, não importa o campo, não importa a chuva, não importa o adversário, não importa a quantidade de torcedores no estádio... não importa. Se quisermos ascender, temos de superar o próprio humano para nos tornamos, enfim, heróis e sujeitos da nossa própria história. 





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